quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A dieta da farinha

(Amazan)

No tempo que pau de arara
era meio de transporte
Pro nego arribá pro sul
e vim do sul para o norte,
Um caboclo do sertão
arrumô um matulão
matô 4 passarinho,
3 sibite e um sabiá
E mandô a mulher assar
mode cumê no caminho.

Numa lata de mantega
dessas que tem bem verdinha
Butô os assado dentro
e completô com farinha.
20 dias de estrada
quando havia uma parada
pra mode os cabra armoçá
Se olhava o matuto vinha
com um pratão de farinha
e um taquinho de sabiá.

Na janta mudava a carne
era sibite e farinha
No café, farinha seca
pois outra coisa não tinha.
Mas o mais interessante
era que o viajante
já fazia 15 dias
Que tentava defecá
se esprimia ate suá
mas o cocô não saía.

Eu não sei o que aconteceu
no bucho do desgraçado,
Eu acho que a farinha
só pode ter ressecado.
Endurecido no fato
pois o pobre ia pro mato
rinchava igual um jumento,
O fiofó estalava
O matuto véi fungava
Mas não saía nem vento.

Um dia ele aperriado
Subiu num pé de juá
Se acocorou num galho
e começou a rezá,
Dizendo: "meu padim Ciço
se eu fizer esse serviço
seja de qual jeito fô
Quando eu vortá pro sertão
compro 20 foguetão
sorto tudim pro sinhô!"

Pois não é que começou
descer aquele bolete,
Comprido feito uma vara
duro que só um cacete.
Foi descendo foi descendo
E o matuto véi gemendo
igual um pinto no ovo,
O gái de pau se quebrô
o matuto dispencô
o tolete entrou de novo.

Daquele dia pra frente
num sei o que aconteceu,
Se ele fez outra promessa
e o santo lhe valeu.
Só sei que de lá pra cá
se o cabra quiser brigá
e se agarrá com ele
Não precisa se esforçá
basta somente falá
de farinha perto dele.

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